segunda-feira, 4 de junho de 2012

Boas Novas.


A iniciativa dos presidentes das seguintes fundações: Perseu Abramo (PT): Nilmário Miranda, João Mangabeira (PSB): Carlos Siqueira, Maurício Grabois (PC do B): Adalberto Moreira e Leonel Brizola - Alberto Pasqualini (PDT): Manoel Dias, respectivamente. De debater o presente e o futuro do país, deixa patente que além da disputa eleitoral dos cargos eletivos, existem sim partidos políticos que agem de forma diferente e benéfica ao coletivo social.

Numa segunda rodada o tema do seminário esta na programação abaixo descrita, já que o primeiro debate foi sobre a crise do capitalismo mundial  e seu impacto no Brasil, no mês de novembro de 2011. Sendo que o conteúdo de todos os debates serão publicados, espero que no futuro próximo. 


Seminário: “Política de Defesa e Projeto Nacional de Desenvolvimento”
Data: 04 de Junho de 2012 - Horário: 9:00 às 17:00

Local: CEFOR – Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados
Endereço: Via N3 – Projeção L - Setor de Garagens Ministeriais Norte
Complexo Avançado da Câmara dos Deputados - Bloco B
Brasília – DF

PROGRAMA:
09h:00 - Abertura:
  • Presidente da Fundação Perseu Abramo (PT): Nilmário Miranda
  • Presidente da Fundação João Mangabeira (PSB): Carlos Siqueira
  • Presidente da Fundação Maurício Grabois (PC do B): Adalberto Moreira
  • Presidente da Fundação Leonel Brizola - Alberto Pasqualini (PDT): Manoel Dias

09h:30 - Conferência do Ministro da Defesa, Celso Amorim:

Tema: “Política Brasileira de Defesa e as Tendências do Cenário Internacional”

10h:30m - Mesa 1: “Estratégia Nacional de Defesa”

Palestrantes
  • Renato Rabelo – Presidente Nacional do PCdoB
  • Elói Pietá – Secretário Geral do PT
  • Roberto Amaral – Vice-Presidente Nacional do PSB
  • Representante do PDT
11h:30m - Debate
12h:30m – Almoço

14h:00 - Mesa 2: “Projetos Estratégicos de Defesa”

A) Projeto Aeroespacial:
Palestrantes
  • Marco Antonio Raupp – Ministro da Ciência e Tecnologia
  • Roberto Amaral – Vice-presidente Nacional do PSB, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-diretor presidente da Alcântara Cyclone Space
B) Projeto Nuclear:
Palestrantes
  • Othon Luiz Pinheiro da Silva – Presidente da Eletronuclear
  • Rex Nazaré – Físico e especialista em energia nuclear – Diretor de Tecnologia da FAPERJ
C) Defesa Cibernética:
Palestrante
  • General de Divisão José Carlos dos Santos – Comandante do CDCiber (Centro de Defesa Cibernética)
  • Samuel César da Cruz Júnior – Pesquisador do IPEA
15h:30m -  Debate
17h:00 – Encerramento

Pois bem, como não sou especialista do tema tratado neste segundo seminário: “Política de Defesa e Projeto Nacional de Desenvolvimento”. Abstenho-me de comentar o que as autoridades e especialistas, de forma brilhante, expuseram neste dia 4 de junho de 2012.

A questão da defesa nacional passa pelo aspecto cultural, como bem lembrado pelo Almirante Othon. E qual é a cultura da sociedade brasileira diante do tema?

Meu palpite é que a sociedade brasileira, de forma equivocada e por influencia da nossa história, despreza o papel do Estado enquanto responsável pela defesa nacional do povo e das riquezas. Esse desprezo reflete na questão orçamentária, o que nós deixa atrasados na questão de domínio da tecnologia e processos de inovação. A cultura que prevalece é que somos um país pacifista. O que é verdade! Não somos conquistadores! Mas devemos permanecer na atual condição? Quem pode antever o futuro no prazo de 50 anos ou até mesmo de menor tempo? O Estado tem o direito de agir sem cautela na questão da defesa nacional?

Uma situação que me aflige é a taxa de fecundidade 1,90 por mulher, apresentada pelo Brasil. Sem que haja qualquer atenção do governo e da sociedade, na armadilha que podemos ingressar e sem avaliar as conseqüências do baixo desempenho.  Desenvolvimento econômico exige mercado de consumo. É o papel de a defesa nacional proteger a população brasileira, logo, menor população menor será o mercado de consumo e do mundo dos trabalhadores, logo, menor a economia. Menor população exigirá maior investimento em tecnologia dos meios de exercer a defesa nacional. Será que a sociedade está disposta a gastar mais nesta atividade?  

A população brasileira atual é de 190.732.694 habitantes (dados do IBGE – Censo 2010). Segundo as estimativas, no ano de 2025, a população brasileira deverá atingir 228 milhões de habitantes. Mas, em 2050, a taxa de crescimento cairá para –0,291%, que representa uma população de 215,3 milhões de habitantes.  Seremos, em pouco tempo, um país onde a composição da população por faixa etária, a maior parte será de idosos, potencialmente inativos. A projeção do IBGE é que em 2050, para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos.

Esta mudança de faixa etária e na diminuição da população brasileira, no meu entender, são preocupantes! Os EUA apresentam uma taxa de fecundidade próxima a 2,3/filhos por mulher e em 2050 a população será de quase 600 milhões de pessoas.

Para mudar a cultura nacional no aspecto da importância do papel do Estado, na providencia de promover a defesa nacional. Creio que a educação formal com a introdução de uma matéria especifica para tratar do papel do Estado na sociedade e dentre essas responsabilidades é a defesa nacional uma delas.

A abordagem do tema passa, na minha opinião, pela multidisciplinaridade de ações dos ministérios do governo federal, além do Ministério da Defesa e da Ciência e Tecnologia envolver o Ministério da Educação e o da Justiça, dentre outras é medida que poderá promover o surgimento de uma nova cultura no imaginário da sociedade brasileira.

Não sou do tipo de pessoas negativista nas relações sociais. Mas se os atuais organismos internacionais de resolução dos conflitos entre os países, não mais atendem e cumprem o seu papel. O que resta como socorro para cada país?

Não sou ingênuo de aceitar que as relações internacionais prevalecerão o bom senso e o acordo pacifíco entre as vontades antagônicas dos países.

Quando faltar comida, água ou fonte primaria de energia? Onde as populações necessitadas irão buscar? Como os Estados de sociedades mais avançadas, logo, com maior consumo de bens e gasto de energia, irão resolver as suas carências e necessidades vitais? Mercantilismo? Tenho muitas duvidas sobre a questão, ainda mais que, nos últimos anos os exemplos não são os mais alvissareiros.

A sociedade deve debater e o Estado deve assumir o comando do debate sobre a atual taxa de fecundidade. Sem preconceitos e sem interferências da visão ingênua predominante.

Um país, uma nação respeitada é a que dá melhores qualidades de condição de vida do seu povo, que possua recursos adequados e essenciais para exercer a defesa da população e das riquezas, bem como, a capacidade plena de reação e de mobilização dos recursos humanos e naturais, diante de uma invasão.

Durante décadas, W. Churchill foi ridicularizado por seus pares quando alertava o perigo do crescimento do nazismo. Estou muito distante da capacidade intelectual e do senso de análise do lorde inglês e nem convivemos com um Hitler. Mas quem pode garantir como será o futuro do mundo e as relações entre os países? Quem pode garantir que os EUA não mais elegerá um Bush?  Ou que a fome e a sede de centenas de milhares de seres humanos não estimularão essas pessoas a buscarem água e comida de forma violenta?  O que sei afirmar é que minha bola de cristal esta nublada e cheia de duvidas! Daí, louvar a iniciativa das fundações dos partidos políticos que desejam o progresso e o desenvolvimento do Brasil.