A iniciativa dos presidentes das seguintes fundações:
Perseu Abramo (PT): Nilmário Miranda, João Mangabeira (PSB): Carlos Siqueira,
Maurício Grabois (PC do B): Adalberto Moreira e Leonel Brizola - Alberto
Pasqualini (PDT): Manoel Dias, respectivamente. De debater o presente e o futuro do país, deixa
patente que além da disputa eleitoral dos cargos eletivos, existem sim partidos políticos que agem de forma diferente e benéfica ao coletivo social.
Numa segunda rodada o tema do seminário esta na programação
abaixo descrita, já que o primeiro debate foi sobre a crise do capitalismo
mundial e seu impacto no Brasil, no mês de novembro de 2011. Sendo que o
conteúdo de todos os debates serão publicados, espero que no futuro próximo.
Seminário:
“Política de Defesa e Projeto Nacional de Desenvolvimento”
Data: 04 de Junho de 2012 - Horário: 9:00 às
17:00
Local: CEFOR – Centro de Formação,
Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados
Endereço: Via N3 – Projeção L - Setor de Garagens Ministeriais
Norte
Complexo Avançado da Câmara dos Deputados - Bloco B
Complexo Avançado da Câmara dos Deputados - Bloco B
Brasília
– DF
PROGRAMA:
09h:00
- Abertura:
- Presidente da Fundação Perseu
Abramo (PT): Nilmário Miranda
- Presidente da Fundação João Mangabeira
(PSB): Carlos Siqueira
- Presidente da Fundação Maurício
Grabois (PC do B): Adalberto Moreira
- Presidente da Fundação Leonel
Brizola - Alberto Pasqualini (PDT): Manoel Dias
09h:30
- Conferência do Ministro da Defesa, Celso Amorim:
Tema: “Política Brasileira de Defesa e as Tendências do Cenário
Internacional”
10h:30m
- Mesa 1: “Estratégia Nacional de Defesa”
Palestrantes
- Renato Rabelo – Presidente
Nacional do PCdoB
- Elói Pietá – Secretário Geral do
PT
- Roberto Amaral – Vice-Presidente
Nacional do PSB
- Representante do PDT
11h:30m
- Debate
12h:30m
– Almoço
14h:00
- Mesa 2: “Projetos Estratégicos de Defesa”
A) Projeto
Aeroespacial:
Palestrantes
- Marco Antonio Raupp – Ministro
da Ciência e Tecnologia
- Roberto Amaral – Vice-presidente
Nacional do PSB, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-diretor
presidente da Alcântara Cyclone Space
B) Projeto
Nuclear:
Palestrantes
- Othon Luiz Pinheiro da Silva –
Presidente da Eletronuclear
- Rex Nazaré – Físico e
especialista em energia nuclear – Diretor de Tecnologia da FAPERJ
C) Defesa
Cibernética:
Palestrante
- General de Divisão José Carlos
dos Santos – Comandante do CDCiber (Centro de Defesa Cibernética)
- Samuel César da Cruz Júnior –
Pesquisador do IPEA
15h:30m
- Debate
17h:00
– Encerramento
Pois bem, como não sou especialista do tema tratado neste
segundo seminário: “Política de Defesa e Projeto Nacional de
Desenvolvimento”. Abstenho-me de
comentar o que as autoridades e especialistas, de forma brilhante, expuseram neste
dia 4 de junho de 2012.
A questão da defesa nacional passa
pelo aspecto cultural, como bem lembrado pelo Almirante Othon. E qual é a cultura
da sociedade brasileira diante do tema?
Meu palpite é que a sociedade
brasileira, de forma equivocada e por influencia da nossa história, despreza o
papel do Estado enquanto responsável pela defesa nacional do povo e das
riquezas. Esse
desprezo reflete na questão orçamentária, o que nós deixa atrasados na questão de domínio da tecnologia e processos de inovação. A cultura que prevalece é que somos
um país pacifista. O que é verdade! Não somos conquistadores! Mas devemos
permanecer na atual condição? Quem pode antever o futuro no prazo de 50 anos ou
até mesmo de menor tempo? O Estado tem o direito de agir sem cautela na questão
da defesa nacional?
Uma situação que me aflige é a taxa
de fecundidade 1,90 por mulher, apresentada pelo Brasil. Sem que haja qualquer
atenção do governo e da sociedade, na armadilha que podemos ingressar e sem
avaliar as conseqüências do baixo desempenho. Desenvolvimento econômico exige mercado de
consumo. É o papel de a defesa nacional proteger a população brasileira, logo,
menor população menor será o mercado de consumo e do mundo dos trabalhadores, logo, menor a economia. Menor
população exigirá maior investimento em tecnologia dos meios de exercer a
defesa nacional. Será que a sociedade está disposta a gastar mais nesta
atividade?
A população brasileira atual é de
190.732.694 habitantes (dados do IBGE – Censo 2010). Segundo as estimativas, no
ano de 2025, a
população brasileira deverá atingir 228 milhões de habitantes. Mas, em 2050, a taxa de crescimento cairá para –0,291%,
que representa uma população de 215,3 milhões de habitantes. Seremos,
em pouco tempo, um país onde a composição da população por faixa etária, a
maior parte será de idosos, potencialmente inativos. A projeção do IBGE é que em
2050, para cada 100 crianças de 0
a 14 anos existirão 172, 7 idosos.
Esta mudança de faixa etária e na diminuição da população brasileira, no meu entender, são preocupantes! Os EUA apresentam
uma taxa de fecundidade próxima a 2,3/filhos por mulher e em 2050 a população será de
quase 600 milhões de pessoas.
Para mudar a cultura nacional no
aspecto da importância do papel do Estado, na providencia de promover a defesa
nacional. Creio que a educação formal com a introdução de uma matéria especifica para tratar do papel do Estado na
sociedade e dentre essas responsabilidades é a defesa nacional uma delas.
A abordagem do tema passa, na minha
opinião, pela multidisciplinaridade de ações dos ministérios do governo federal, além do Ministério da
Defesa e da Ciência e Tecnologia envolver o Ministério da Educação e o da
Justiça, dentre outras é medida que poderá promover o surgimento de uma nova
cultura no imaginário da sociedade brasileira.
Não sou do tipo de pessoas
negativista nas relações sociais. Mas se os atuais organismos internacionais de
resolução dos conflitos entre os países, não mais atendem e cumprem o seu papel. O que
resta como socorro para cada país?
Não sou ingênuo de aceitar que as
relações internacionais prevalecerão o bom senso e o acordo pacifíco entre as vontades antagônicas
dos países.
Quando faltar comida, água ou fonte
primaria de energia? Onde as populações necessitadas irão buscar? Como os
Estados de sociedades mais avançadas, logo, com maior consumo de bens e gasto
de energia, irão resolver as suas carências e necessidades vitais? Mercantilismo?
Tenho muitas duvidas sobre a questão, ainda mais que, nos últimos anos os
exemplos não são os mais alvissareiros.
A sociedade deve debater e o Estado
deve assumir o comando do debate sobre a atual taxa de fecundidade. Sem preconceitos
e sem interferências da visão ingênua predominante.
Um país, uma nação respeitada é a que dá melhores qualidades de condição de vida do seu povo, que possua recursos
adequados e essenciais para exercer a defesa da população e das riquezas, bem
como, a capacidade plena de reação e de mobilização dos recursos humanos e
naturais, diante de uma invasão.
Durante décadas, W. Churchill foi
ridicularizado por seus pares quando alertava o perigo do crescimento do
nazismo. Estou muito distante da capacidade intelectual e do senso de análise
do lorde inglês e nem convivemos com um Hitler. Mas quem pode garantir como será
o futuro do mundo e as relações entre os países? Quem pode garantir que os EUA
não mais elegerá um Bush? Ou que a fome
e a sede de centenas de milhares de seres humanos não estimularão essas pessoas
a buscarem água e comida de forma violenta? O que sei afirmar é que minha bola de cristal
esta nublada e cheia de duvidas! Daí, louvar a iniciativa das fundações dos partidos políticos que desejam o progresso e o desenvolvimento do Brasil.