segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O perigo do poder legitimado


Universidade de São Paulo
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Gestão de Políticas Públicas
Direito, Cidadania e Gestão de Políticas Públicas – Prof° Marcelo Nerling
Guthiê Miranda- 6409480



Não é de hoje que as terras tupiniquins são marcadas pelo intenso jogo de poder e por características coronelistas. Nos tempos passados não havia cidadania, aqueles que conquistavam ou herdavam algum tipo de poder político faziam as regras do jogo. O direito, apesar de legitimar o poder a estes indivíduos, não estava atrelado ao sentido de cidadania concebido atualmente, que é a garantia dos direitos políticos e atuação na formação e participação nos governos. Veremos, porém, que esta garantia não é tudo, pois a eleição de representantes, nos moldes constitucionais do Brasil acaba por legitimar poder político individual a estes representantes. O crescimento surpreendente da utilização de mecanismos e “brechas’ constitucionais como as medidas provisórias é um absurdo, demonstrando que nem sempre democracia garante cidadania”.
A utilização do direito como ferramenta para o controle social e garantia de processos de participação social é fundamental para garantir que a sociedade não perca o poder decisório. Assim é essencial que seja elaborada medidas constitucionais que coíbam ações particulares e sem a participação social. É fundamental também que a constituição procure agregar e legitimar o poder de cada cidadão não somente na hora do voto, mas sim em mais etapas de uma decisão política. Somos mais do que um voto, somos a consciência do coletivo, somos cidadãos, somos atores sociais.
Neste sentido o direito adquire um caráter de políticas públicas, ou seja, um caráter de prestação de serviço público à medida que contribui para a gestão do sistema governamental e é capaz de envolver diversos atores sociais legitimados na resolução de um mesmo problema. Podemos assim dizer que o direito não somente contribui, mas garante e legitima a cidadania, ou seja, o direito a, no mínimo, buscar alterar a nossa realidade através da minha participação. 

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