quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MST - Ontem, Hoje e amanhã.

Uma CPI contra a Reforma Agrária e os interesses do Brasil!
Escrito por João Antonio Felício, Secretário de Relações Internacionais da CUT
03/11/2009
Por que mais uma CPI para investigar um movimento social que tem contribuído enormemente com o país ao apontar os problemas que a concentração de terras gera? Ainda mais frente a uma realidade onde segundo a FAO um bilhão de pessoas passam fome no mundo e muitas outras procuram por um trabalho decente?
Certamente esta CPI orquestrada pela bancada ruralista e pelos setores de direita do Congresso Nacional tem como objetivo principal impedir que sejam atualizados os índices de produtividade agrícola em vigor, que atualmente levam em conta dados do censo agropecuário de 1975. Muitas coisas mudaram no meio rural nos últimos 34 anos, não havia sementes geneticamente modificadas, máquinas agrícolas com comandos eletrônicos e muito menos ferramentas como o GPS e previsão do tempo precisa como temos hoje.
Há 30 anos o setor agrícola tomava conhecimento dos pesticidas, venenos e outras tecnologias desenvolvidas por companhias multinacionais para fins militares que, com o pós-guerra, encontravam como destino o uso na agricultura.
Esperamos o dia em que aconteça uma CPI para investigar o financiamento do agronegócio, os prejuízos ambientais e sociais gerados por este modelo concentrador de terras e monoculturas utilizado pelas elites agrárias de nosso Brasil.
É estarrecedor que uma empresa privada, com o único objetivo de obter lucro, produza laranjas em uma área pública, reclamada pela justiça e pelo INCRA. Estamos falando de 10 mil hectares de terras públicas e 15 mil hectares de terras improdutivas, no interior do Estado de São Paulo, e que se destinadas à reforma agrária estariam gerando alimento, trabalho e vida.
As imagens que a grande mídia divulgou à exaustão foram colhidas momentos após a saída do MST da área, portanto não existe a certeza de se trata realmente de uma ação de integrantes do movimento ou um "factóide midiático", questão que necessita de uma apuração mais detalhada antes da execração pública de alguns integrantes do movimento.
Por estas razões, manifestamos nosso total apoio e solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. O MST é um movimento reconhecido internacionalmente e que muito tem contribuído com o desenvolvimento do Brasil e muito ainda vai contribuir para o desmoronamento das estruturas agrárias da época de um país colonial e subserviente aos interesses externos.
Caminhamos juntos para a construção de um novo Brasil, soberano, com democracia, justiça, trabalho, igualdade e pão!

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